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Morreu Firmino Martins

Faleceu hoje Firmino Martins, ferroviário de reformado, com 95 anos, que foi um destacado lutador contra o fascismo e nas muitas lutas sindicais no antes e pós 25 de Abril de 1974.
Ao longo de uma vida com quase um século, foram inúmeras as lutas travadas, conhecendo os cárceres da PIDE/DGS por mais de uma vez.
Em 1964 esteve preso pela PIDE, num processo que envolvia 5 revisores (Firmino Martins; José Duque, José Gaspar; João Marques; Martinho Valente), em que eram acusados de “pertencerem ao PCP e pretenderem subverter aos ferroviários do centro de Portugal”,
Nas lutas de 1969 foi um dos principais impulsionadores das mesmas, sendo preso pela PIDE/DGS a seguir à luta da “braçadeira preta”, o que suscitou uma enorme campanha pela sua libertação, que ocorreu um mês depois, retomando o seu lugar na luta.
Na greve de uma hora em 20 de Outubro desse ano, que teve a participação de mais de 12 mil ferroviários em todo o País, esteve na frente da luta na estação do Rossio, sendo de seguida despedido num grupo dos 20 principais agitadores e foi o único que não foi readmitido por, durante a greve, se ter deitado na frente de um comboio para impedir a sua circulação.
De seguida exilou-se em França, donde regressou logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, para retomar o seu posto de trabalho e a luta sindical no sector, participando na ocupação do Sindicato e saneamento da direcção afecta ao regime fascista e intervindo no processo que levou à fusão dos 7 sindicatos ferroviários existentes em 3 – Norte; Centro; Sul. –
Foi dirigente sindical nos primeiros tempos a seguir ao 25 de Abril, tendo integrado a delegação portuguesa à Conferência da OIT – Organização Internacional do Trabalho em 1974.
Mesmo depois de passar à situação de reforma foi um participante activo nas lutas dos reformados e dos trabalhadores do activo.
Na greve geral de 24 de Novembro de 2011, já com uma idade avançada, deslocou-se do Algarve de onde era natural e onde residia, para integrar o piquete de greve na estação do Rossio seu antigo local de trabalho e no período da troika nunca faltou nas diversas lutas pela reposição dos direitos, com destaque para a reposição do direito ao transporte, conquista da luta dos ferroviários em 1911.
À família, amigos e camaradas, o SNTSF/FECTRANS endereça as condolências, afirmando que a melhor homenagem que lhe fazemos e continuar a luta pelas causas e ideais que ela abraçou ao longo da sua vida, dizendo que a luta continua!